Manejo da dor com terapias da Medicina Tradicional Chinesa

A dor é o sintoma mais comum de mais de 150 doenças, como as reumáticas Artrite reumatoideOsteoartrite, Osteoporose, Fibromialgia e Síndrome da Dor Miofascial, entre outras. Cerca de 1/3 da população mundial sofre com essas dores, principalmente pessoas na faixa etária entre 45 e 64 anos, a maioria mulheres.

Atualmente, os tratamentos para dores crônicas incluem, principalmente, terapia medicamentosa, com analgésicos, anti-inflamatórios e, em alguns casos, antidepressivos. Inclui também tratamentos terapêuticos, como a psicoterapia, a fisioterapia e, mais recentemente, a terapia com a cannabis medicinal. Alguns pacientes têm recorrido também a terapias alternativas, como acupuntura e ioga. 

E recentemente, outro possível tratamento complementar tem sido estudado: as terapias da Medicina Tradicional Chinesa. Tais terapias englobam práticas como o Tai Chi Chuan, o Wu Qin Xi, o Chi Kung, o Ba Duan Jin, Yi Jin Jing, entre outros, já pesquisados e usados ​​para melhorar a qualidade de vida e para prevenir e tratar várias doenças. 

Em pesquisa realizada sob a orientação do Consórcio Acadêmico Brasileiro de Saúde Integrativa (CABSIN) e do Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Bireme/Opas/OMS), com apoio do Ministério da Saúde (1), demostrou que o Chi Kung, o Tai Chi Chuan e o Lian Gong contribuem para o alívio da dor, inclusive da dor crônica, para a promoção do equilíbrio corporal, com diminuição do risco de queda em idosos, e para a melhora da qualidade do sono, sendo indicadas também para hipertensão e depressão, controle da diabetes mellitus e, consequente, para a promoção da qualidade de vida .

Tai Chi Chuan (ou Taijiquan) é uma técnica marcial milenar que, na atualidade, tem servido como um sistema integral de saúde dada sua abordagem mente-corpo, que se torna uma eficaz opção terpêutica no manejo multidisciplinar de certas doenças, melhorando e equilibrando não apenas o estado físico, mas também o mental e o emocional do paciente. Trata-se de uma atividade de baixo impacto, que pode ser praticada por pessoas de todas as idades, sem restrições. Compreende exercícios que melhoram a força muscular das pernas e o equilíbrio e, por isso, geram flexibilidade, relaxamento e resistência física. As pesquisas sobre a prática indicam excelentes evidências de benefício para a Osteoporose, a Osteoartrite, a Fibromialgia, a Artrite reumatoide, a dor lombar crônica, além de melhorar a capacidade cognitiva idosos, a qualidade do sono, a hipertensão, a demência, a Doença de Parkinson e o DPOC (2, 3, 4, 5, 6, 7).

O Chi Kung (ou Qigong), também uma prática milenar, resulta de milhares de anos de experiência dos chineses no uso da energia (Qi) para tratar doenças, promover a saúde e a longevidade, expandir a mente, alcançar diferentes níveis de consciência e desenvolver a espiritualidade. Tem sido estudado por seus benefícios no tratamento de doenças, pois, assim como o Tai Chi, promove a flexibilidade, o fortalecimento muscular e a melhora da circulação sanguínea, o que pode ajudar a reduzir a dor e a inflamação associadas, inclusive, às doenças reumáticas. As pesquisas sobre a prática indicam evidências de benefício para a Osteoporose, a Osteopenia, dores crônicas e articulares, rigidez articular, além de melhorar a hipertensão, a depressão e a Doença de Parkinson (89).

Já o Lian Gong é uma prática surgida no anos 70, mas que integra a tradição milenar das artes marciais chinesas com os modernos conhecimentos da medicina ocidental. Foi criada pelo médico ortopedista chinês Zhuang Yuan Ming, para prevenir e tratar as dores no corpo e para ajudar a reestabelecer os movimentos naturais do corpo, tanto na musculatura como nas articulações. Trata-se de uma série de exercícios que permitem o alongamento, o fortalecimento do tônus muscular, a consciência postural, a promoção do aumento da capacidade respiratória, a produção de endorfinas e o reequilíbrio das energias. Além disso, o método é utilizado com o intuito de reduzir a frequência de síndromes dolorosas, como a dor crônica e o LER/DORT (10, 11).




Referência:

MACHADO, Katia et al. À luz da ciência, as práticas corporais da Medicina Tradicional Chinesa. CABSIN - Consórcio Acadêmico Brasileiro de Saúde Integrativa, jun 2021. Disponível em: https://cabsin.org.br/tai-chi-chuan/. Acesso: 07/01/2025


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