Aedes aegypti e doenças reumáticas

Começa o ano, chega o verão e já sabemos: as cidades já iniciam os mutirões de verão contra o Aedes aegypti, mosquito transmissor da Dengue, Chikungunya e Zika vírus. Segundo informações do Painel de Monitoramento das Arboviroses, do Minitério da Saúde, o Brasil já registra 1.658.816 casos de Dengue (1.094 óbitos), 154.800 casos de Chikungunya (106 óbitos) e 7.294 casos de Zika (1 óbito) entre 2022 e 2023.

No fim de 2023, o Ministério da Saúde anunciou a incorporação da vacina da Dengue, a Qdenga, ao Sistema Único de Saúde (SUS). Mas, neste primeiro momento, a cobertura não será em larga escala.  E o Instituto Butantan vai iniciar os testes pré-clínicos de uma vacina contra a Zika no segundo semestre de 2024, mas a vacina só deve ser disponibilizada para a população por volta de 2027.

Enquanto as vacinas não chegam para todos, é preciso estar atento aos sintomas em caso de infecção. O diagnóstico é de extrema importância, principalmente porque as três têm sintomas muito parecidos. A Dengue se destaca por febre alta (entre 39° e 40°C), dor de cabeça, dores musculares, dor atrás dos olhos, fraqueza, falta de apetite e náuseas/vômitos

A Zika está associada a febre mais baixa (ou ausência de febre), erupção na pele com coceira, conjuntivite, dores no corpo e nas articulações e dor de cabeça.

Já a Chikungunya se destaca, além de febre e dor de cabeça, principalmente pelas dores musculares e inflamações intensas, que atingem praticamente todos os infectados, com um quadro muito semelhante ao da Artrite reumatoide, com inflamação de joelhos, tornozelos, pés, mãos e punhos, nos dois lados do corpo e, ainda, com rigidez matinal, vermelhidão, calor e dores incapacitantes. E passada essa fase aguda da doença, que dura até 14 dias, uma boa parte dos infectados continua com esses sintomas por meses e até por anos.

Para quem já tem uma doença reumática, ser infectado pelo mosquito representa um complicador a mais, pois as infecções tendem a ser mais dolorosas com as inflamações já causadas pelo reumatismo.

Por isso, é muito importaante evitar o contágio. E a única forma combatendo a circulação do Aedes aegypti. O mosquito precisa de água parada para depositar seus ovos, então, é importante eliminar possíveis criadouros, ou seja, eliminar recipientes capazes de acumular água, seja em casa, no trabalho ou em áreas públicas. Uma tarefa de todos nós.

Além disso, as pessoas podem escolher roupas que minimizem a exposição da pele durante o dia, quando os mosquitos são mais ativos, proporcionam alguma proteção às picadas e podem ser adotadas principalmente durante surtos. Repelentes e inseticidas também podem ser usados, seguindo as instruções do rótulo. Mosquiteiros proporcionam boa proteção para aqueles que dormem durante o dia (por exemplo: bebês, pessoas acamadas e trabalhadores noturnos).