Saúde mental

Janeiro começa com a campanha Janeiro Branco, criada em 2014 com o objetivo conscientizar e valorizar questões relacionadas à saúde mental e emocional. Em 2023, o tema da campanha é “Cuidando da saúde mental de janeiro a janeiro” e visa discutir ações que contribuam para a manutenção da qualidade de vida e do bem-estar o ano todo.

A saúde mental e emocional é constantemente definida como a sensação de bem-estar que decorre do equilíbrio positivo entre nossas emoções e um convívio social produtivo e gratificante. Mas, na realidade, não é apenas isso; é majoritariamente, segundo especialistas, algo baseado também em nosso corpo e é nele que deveríamos nos concentrar (Vora, 2022).

O que determina nosso bem-estar mental e emocional inclui a saúde do intestino, a qualidade do sono, a qualidade nutricional, o funcionamento hormonal e até mesmo o surgimento de processos inflamatórios. O bem-estar tem a ver, portanto, com a capacidade de cada indivíduo de lidar com questões emocionais e também as físicas, de maneira saudável (idem).




Mas é fácil imaginar que o diagnóstico de uma doença crônica - que pode atingir qualquer articulação ou órgão do corpo e que traz, na imensa maioria das vezes, dor e diminuição da qualidade de vida - traga um enorme impacto no equilíbrio emocional e mental. Conviver e adequar o modo de vida a uma nova realidade, por vezes incapacitante, pode gerar distúrbios psicológicos e alterações de comportamento antes não existentes. 

Estudos mostram que entre 15% e 45% dos pacientes reumáticos sofrem com algum tipo de transtorno de humor, especialmente ansiedade e depressão. A depressão, por exemplo, pode estar presente em até 50% dos pacientes com Fibromialgia. Aliás, reumatologistas consideram, atualmente, a depressão como fator agravante de quem tem a doença (Felizola, 2017).




Os transtornos de humor também podem ser gatilhos para o aparecimento e/ou piora de doenças. Em um estudo realizado em 2018 na Universidade de Calgary, concluiu-se que a depressão aumentou em 38% a probabilidade de uma pessoa desenvolver Artrite reumatoide (AR). Isto ocorreria porque, dentre as várias alterações no organismo geradas pela depressão, está o aumento da concentração do fator de necrose tumoral alfa, da substância inflamatória que desempenha um importante papel no desenvolvimento da AR (Santos, 2018).





Esses são apenas alguns exemplos que mostram a importância de se pensar a saúde mental e emocional no tratamento das doenças reumáticas, que deve reunir um tripé formado por reumatologista, psiquiatra e psicólogo, além do suporte social e familiar. É a maneira mais adequada de proporcionar a esse(a) paciente a melhora do seu estado físico e mental.







Referências


FELIZOLA, Ana Cláudia. Fibromialgia: os desafios de uma doença invisível. Blog da Saúde - Ministério da Saúde. Disponível em: http://www.blog.saude.gov.br/index.php/materias-especiais/52386-fibromialgia-os-desafios-de-uma-doenca-invisivel. Acesso: 06/11/2019.

POLLAK, Daniel F.; FELDMAN, Ricardo J. A saúde mental importa no tratamento das doenças reumáticas. Veja Saúde (abril.com.br), dez. 2021 Disponível em: https://saude.abril.com.br/coluna/com-a-palavra/a-saude-mental-importa-no-tratamento-das-doencas-reumaticas/. Acesso: 27/12/2022.

SANTOS, Maria Tereza. Estudo aponta que depressão pode desencadear artrite reumatoide. Veja Saúde (abril.com.br), jul. 2018. Disponível em: http://saude.abril.com.br/medicina/estudo-aponta-que-depressao-pode-desencadear-artrite-reumatoide/. Acesso: 04/10/2020.

VORA, Ellen. Ansiedade pode ter causas físicas; veja como identificá-las. Estadão, dez. 2022. Disponível em: https://www.estadao.com.br/saude/ansiedade-pode-ter-causas-fisicas-veja-como-identifica-las/. Acesso: 28/12/2022.