Dia Mundial da Artrite Reumatoide: desafios atuais

Dia 12 de Outubro é Dia Mundial de Conscientização da Artrite Reumatoide (AR), uma campanha que tem por objetivo aumentar a conscientização de todos os públicos, em todo o mundo, sobre a existência e o impacto dessa doença autoimune, inflamatória, crônica e progressiva que pode afetar várias articulações (juntas), sobretudo de mãos, punhos, pés, joelhos e quadris. 



A inflamação persistente das articulações, se não tratada de forma adequada, pode levar ao comprometimento das juntas, o que ocasiona deformidades e limitações para o trabalho e para as atividades cotidianas. O comprometimento da coluna lombar e dorsal é raro, mas a coluna cervical é frequentemente envolvida. Além disso, os pacientes com AR, especialmente aqueles mais graves, podem evoluir para uma série de comprometimentos de outros órgãos, como pulmão e até o cérebro, além de uma perda cognitiva muito importante. 

Daí a importância do diagnóstico precoce e do início rápido de tratamento. O ideal é tratar a AR nos primeiros 3 meses do início dos sintomas, sobretudo dores nas articulações que persistam por mais de 2 a 3 semanas, período que já indica a necessidade de avaliação médica para que se tenha diagnóstico e tratamento adequados. Se controlada nesse princípio, a doença tem menos chances de ocasionar grandes deformidades e limitações nas estruturas das articulações e o tratamento é feito com menor número de medicamentos em relação àquelas pessoas com a doença mais avançada.

Ocorre que, no Brasil, o diagnóstico acontece de forma tardia para cerca da metade da população que apresenta algum tipo de sintoma de AR. Antes de descobrir que possui a doença, 54% de brasileiros portadores de AR e outras doenças autoimunes podem passar por até quatro ou mais médicos antes de ter o diagnóstico confirmado, o que pode levar, em alguns casos, mais de cinco anos! Os dados são de uma pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos para a farmacêutica Janssen, publicada em outubro de 2021*. O levantamento ouviu 144 pessoas entre outubro de 2020 e janeiro de 2021, sendo que uma em cada seis dessas pessoas já tinha diagnóstico confirmado da doença.

Para muitos especialistas, uma das causas para o atraso no diagnóstico e no tratamento em nosso país está no fato de não haver muitos reumatologistas na rede pública de saúde, o que nos leva a crer que há uma grande quantidade de pacientes que não estejam sendo acompanhados por um reumatologista e, consequentemente, sem acesso a remédios específicos para a doença, como os imunossupressores e os imunobiológicos.

Outro problema é que parte das pessoas, cerca de 40%, opta por tentar resolver sozinha o problema por meio da automedicação. Esse é o resultado de levantamento realizado pelo IBOPE Inteligência a pedido da Pfizer Brasil**. Além disso, dentre as 2 mil pessoas entrevistadas, 40% atrasaram a busca por tratamento e 13% não buscaram nenhuma solução e permaneceram com a dor.

Ainda, 30% dos entrevistados afirmaram que, caso tivessem, menosprezariam sintomas como inchaço, rigidez, aumento da temperatura e vermelhidão nas articulações e não buscariam ajuda médica e apenas 47% dos que disseram sentir dor constante no mesmo local, por mais de três meses, procuraram orientação, mas só 4% deles foram a um reumatologista.

A campanha quer mostrar, assim, à população a importância de não perder tempo na busca por diagnóstico e tratamento corretos. A doença não tem cura, mas com tratamento pode-se preservar a qualidade de vida. 





* “A jornada do paciente reumático". Pesquisa on-line aplicada entre outubro de 2020 e janeiro de 2021, envolvendo 144 pacientes reumáticos (de artrite reumatoide, espondilite anquilosante e artrite psoriásica), realizada pelo Instituto Ipsos para a farmacêutica Janssen.

** “Desmistificando o reumatismo: a percepção dos brasileiros perante a artrite reumatoide e outras doenças de elevado potencial incapacitante”, realizada pelo IBOPE Inteligência a pedido da Pfizer Brasil.