Hepatites virais: risco para os reumáticos

As hepatites virais são um GRAVE problema de saúde pública mundial. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em todo o mundo 290 milhões de pessoas vivem com hepatites virais e desconhecem que estão contaminadas. No Brasil, são mais de 1.5 milhão de indivíduos. De 2000 a 2021, foram notificados 718.651 casos confirmados de hepatites virais no país, sendo:
  • 168.175 (23,4%) casos de hepatite A, 
  • 264.640 (36,8%) de hepatite B, 
  • 279.872 (38,9%) de hepatite C e 
  • 4.259 (0,6%) de hepatite D. 

Na maioria das vezes, são infecções silenciosas, ou seja, não apresentam sintomas até que a doença esteja em estágio mais avançado, o que pode levar décadas para acontecer. Entretanto, quando presentes, as infecções podem se manifestar com cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. 

Pacientes portadores de doenças reumáticas (artrite reumatoide, lúpus, artrite psoriásica, espondilite anquilosante, vasculites) e que fazem uso de medicação imunossupressora e/ou imunobiológicos são mais suscetíveis à infecção. Pacientes que vão iniciar tratamento com um imunossupressor ou biológico devem fazer exames para as hepatites virais; pacientes que já sabem ser portadores de vírus da hepatite devem comunicar seu(sua) médico(a) reumatologista para reavaliar sua condição hepática e viral antes de iniciar o tratamento com imunossupressor ou biológico.

Como prevenir hepatites B ou C

  • Não compartilhar com outras pessoas objetos perfurocortantes, como seringas, agulhas, alicate de unha, agulhas etc;
  • Não passar por procedimentos invasivos (hemodiálise, cirurgias, tratamentos dentais, confecção de tatuagem) sem os devidos cuidados de biossegurança;
  • Não compartilhar escovas de dentes ou lâminas de barbear/depilar, que são materiais de uso individual;
  • Ao colocar piercing, fazer tatuagem ou utilizar serviços como barbearias, manicures/pedicures e podólogos, certificar-se de que os materiais sejam descartáveis e esterilizados adequadamente;
  • Usar camisinha nas relações sexuais, a fim de evitar a transmissão por via sexual e, no caso de gestação, evitar a transmissão da doença para o feto.

A hepatite C tem maior taxa de detecção em pessoas acima dos 40 anos de idade ou pessoas que apresentem algum(uns) fatores de risco, como:
  • Ter sido submetido a procedimento de hemodiálise;
  • Ter diabetes ou hipertensão;
  • Ter realizado procedimentos invasivos (estéticos ou cirúrgicos) sem os devidos cuidados de biossegurança;
  • Ter realizado transfusões de sangue antes de 1993;
  • Compartilhar objetos para o uso de drogas;
  • Estar privado de liberdade, dentre outros.

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece cuidado integral a todos os pacientes com hepatites virais, desde a prevenção até o diagnóstico e o tratamento.
  • A melhor forma de prevenção contra as hepatites A e B são as vacinas disponibilizadas gratuitamente conforme o calendário vacinal. 
  • O SUS disponibiliza testes rápidos para hepatite B que, por meio de uma gota de sangue, conseguem identificar a presença da infecção. 
  • Ainda não há medicamentos capazes de curar a infecção pelo vírus da hepatite B, mas os fármacos atualmente disponíveis controlam a carga viral e a evolução da doença.
  • As hepatites B, C e D têm tratamento pelo SUS. Os medicamentos disponibilizados pela rede de saúde pública garantem a cura para até 95% dos pacientes de hepatite C, para a qual não há vacina disponível.



Fonte:

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Luta contra Hepatites Virais: Ministério da Saúde lança campanha de conscientização e novo boletim epidemiológico. 27/07/2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022./julho/luta-contra-hepatites-virais-ministerio-da-saude-lanca-campanha-de-conscientizacao-e-novo-boletim-epidemiologico