Polimiosite

Miopatias autoimunes inflamatórias descrevem um grupo de doenças raras que afetam sobretudo a musculatura, mas podem acometer também pele, pulmão, coração e/ou trato gastrointestinal. A Polimiosite é uma dessas miopatias. 

O que é? 

Como já dito, a Polimiosite é uma miopatia autoimune sistêmica e progressiva, caracterizada por inflamação crônica dos músculos e, principalmente, por fraqueza muscular.

Quem pode ser afetado(a)?

Embora possa se manifestar em qualquer pessoa, raça, idade, sexo, ocorre em pessoas com mais de 20 anos de idade, afetando duas vezes mais mulheres que homens.

O que causa a doença?

A causa ainda é desconhecida, mas acredita-se que determinados fatores ambientais, como infecções virais ou certas doenças do tecido conjuntivo, possam desencadear a doença. 

Quais são os sintomas?

A Polimiosite se caracteriza basicamente por fraqueza muscular acentuada que afeta, principalmente, os músculos de antebraços, ombros, costas, coxas, quadris, glúteos. Às vezes, há também fraqueza nos dedos das mãos e dos pés.

O(A) paciente queixa-se de quedas recorrentes, de dificuldade para sentar-se ou levantar-se, para caminhar, para erguer objetos.

Os músculos da região cervical, quando afetados, causam dificuldades para estender o pescoço ou manter a cabeça ereta. A fraqueza dos músculos da faringe pode ocasionar pneumonia aspirativa e broncoaspiração. Os músculos do trato digestivo e da parede torácica também podem ser afetados.
Os pacientes podem também se queixar de tosse seca crônica, de dificuldade para engolir (disfagia), de cansaço. Pode ocorrer, ainda, artrites (de pequenas e grandes articulações) e artralgias. Caracteristicamente, músculos da face não são afetados e, portanto, não ocorrem alterações faciais e nem nos movimentos dos olhos.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da Polimiosite está baseado em exames clínicos e laboratoriais. Dentre os exames clínicos busca-se fraqueza muscular em bíceps, glúteos, quadríceps, fraqueza dos músculos cervicais e dos músculos da faringe, além de ausência de lesões na pele.

Os exames laboratoriais incluem dosagens de enzimas musculares (exames: CPK, aldolase, DHL, TGO e TGP), eletroneuromiografia, ressonância magnética muscular e biópsia muscular. O diagnóstico está baseado em critérios que levam em conta a presença de elevação de enzimas musculares ou alterações características na biópsia muscular.

Qual o tratamento?

O tratamento da Polimiosite é feito com corticoides, principalmente Prednisona, isoladamente ou associada a drogas antirreumáticas modificadores da doença sintéticas (as sDMARD), preferencialmente Metotrexato ou Azatioprina

A pneumopatia associada à Polimiosite pode ser tratada com Azatioprina ou, em casos graves, pode-se realizar pulsoterapia com Metilprednisolona e, posteriormente, com Prednisona.  

Por fim, outra opção é a indicação de medicamentos imunobiológicos (bDMARD), como Rituximabe ou Abatacepte. O uso de biológicos anti-TNF não se mostrou eficaz no tratamento de Polimiosite.



Referências

ARTHRITIS FOUNDATION. Miositis (polimiositis). Disponível em: http://espanol.arthritis.org/espanol/disease-center/miositis-polimiositis/. Acesso: 01/07/20.

SOUZA, Fernando Henrique C. et alii. Miopatias autoimunes sistêmicas: introdução. In: Livro da Sociedade Brasileira de Reumatologia. Barueri (SP), Manole, 2019, p. 229-230.

THE MYOSITIS ASSOCIATION. Polymyositis. Disponível em: https://www.myositis.org/about-myositis/types-of-myositis/polymyositis/. Acesso: 01/07/20.

VILELA, Verônica S.; SHINJO, Samuel K. Polimiosite. In: Livro da Sociedade Brasileira de Reumatologia. Barueri (SP), Manole, 2019, p. 231-235.