A osteonecrose mandibular é um quadro clínico que envolve perda da vitalidade óssea naquela região em razão do uso de medicamentos antirreabsortivos ou antiangiogênicos. As drogas mais frequentemente associadas a esse problema pertencem ao grupo dos Bisfosfonatos (BFs).
Os BFs compreendem um grupo de medicamentos sintéticos que têm por função diminuir potencialmente a reabsorção óssea. Por essa razão, vêm sendo utilizados, desde 1960, para
o tratamento e prevenção de distúrbios ósseos, incluindo hipercalcemia, bem como no tratamento e prevenção de problemas ósseos em doentes com câncer, mieloma
múltiplo, doença de Paget, entre outros.
Seu emprego terapêutico aumentou consideravelmente quando foram incorporados ao tratamento e prevenção da Osteopenia e da Osteoporose, ocasião em que surgiram os primeiros relatos de complicações associadas à sua utilização.
Pesquisas associaram possíveis fatores de risco de fraturas de fêmur atípicas relacionadas à utilização em longo prazo dos BFs, bem como a possibilidade de ocorrência de osteonecrose mandibular relacionada ao uso dessa classe de medicamentos. Ocorre que os BFs levam de 10 a 12 anos para serem eliminados do corpo, o que prolonga seus efeitos – tanto os benéficos quanto os indesejáveis.
Em março de 2013 essa reação adversa foi citada no Boletim Brasileiro de Avaliação de Tecnologias de Saúde (BRATS, nº 21, ano VII). E o Centro de Vigilância Sanitária da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo (CVS/SES/SP) identificou em seu sistema de notificações que, dentre as reações adversas graves associadas aos BFs, a ocorrência de osteonecrose mandibular merecia atenção especial, devido à sua gravidade e à dificuldade de diagnóstico, o que levou à publicação de um Alerta Terapêutico em Farmacovigilância sobre o Uso de Bisfosfonatos Associado ao Risco de Osteonecrose de Mandíbula. Tal alerta foi reforçado, no mesmo ano, pela Anvisa.
Embora a incidência da osteonecrose seja relativamente menor em pacientes com Osteoporose (se comparados aos pacientes com câncer), há muito mais gente – especialmente mulheres – fazendo uso desse tipo de medicação. Os sintomas principais são dor forte no osso, parestesia (alterações sensoriais, ardência ou formigamento), traumas dentais e outras lesões, como aumento de volume, vermelhidão e ulceração, além da própria exposição do osso. Inicia-se com
uma exposição pontual que pode permanecer ou progredir
para uma exposição maior.
Complicações são mais frequentes após procedimentos dentários, por isso, quem faz uso dessas substâncias tem de relatar sua utilização ao dentista, ainda mais se for se submeter a algum tipo de cirurgia, como extrações, enxertos e implantes.
Os Bisfosfonatos aprovados para uso expresso na Osteoporose são: Alendronato, Risedronato, Ibandronato e Ácido Zoledrônico.
Complicações são mais frequentes após procedimentos dentários, por isso, quem faz uso dessas substâncias tem de relatar sua utilização ao dentista, ainda mais se for se submeter a algum tipo de cirurgia, como extrações, enxertos e implantes.
Os Bisfosfonatos aprovados para uso expresso na Osteoporose são: Alendronato, Risedronato, Ibandronato e Ácido Zoledrônico.
Referências
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Bifosfonatos: risco de osteonecrose mandibular. Portal ANVISA, 09 out. 2013. Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br. Acesso: 26/01/20
BROZOSKI, Mariana Aparecida et. al. Osteonecrose maxilar associada ao uso de bisfosfonatos. Revista Brasileira de Reumatologia, vol. 52, n. 2, p. 260-270, 2012. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbr/v52n2/v52n2a10.pdf. Acesso: 26/01/20.
TAVARES, Mariana. Medicamento contra osteoporose pode provocar necrose nos ossos dos maxilares. G1, Rio de Janeiro, 17 abr. 2018. Disponível em: https://g1.globo.com/bemestar/blog/longevidade-modo-de-usar/post/2018/04/17/medicamento-contra-osteoporose-pode-provocar-necrose-nos-ossos-dos-maxilares.ghtml. Acesso: 20/01/20.
