Embora não haja dados oficiais, Fernandez e Neto (2019) estimam que a incidência anual de artrite séptica na população geral seja de 2 a 6 casos em cada grupo de 100.000 pessoas.
O que é?
A Artrite Séptica Bacteriana não Gonocócica é um tipo de artrite (inflamação das articulações) ocasionadas por uma infecção bacteriana. É uma condição considerada emergência médica pois, se não tratada, causa perda de função na articulação afetada e pode levar a choque séptico, uma condição com risco de vida. A mortalidade é considerada elevada, principalmente em maiores de 65 anos, imunossuprimidos e com doenças coexistentes (vide abaixo, em Fatores de risco). No entanto, com o tratamento precoce, a recuperação geralmente é positiva.
Qual é a causa?
Dentre as bactérias, a Staphylococcus aureus é encontrada em 60% dos casos de artrites infecciosas em adultos, a maioria idosos (50%); e o estreptococo beta-bacteriano, em 30% dos casos, quase sempre resultado de infeção na pele ou de partes moles articulares.
Já bactérias como Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Salmonella spp. e Pseudomonas spp. são mais frequentes em artrites sépticas em recém-nascidos, pessoas com doenças crônicas, idosos e usuários de drogas injetáveis.
A doença se desenvolve quando esses micro-organismos se espalham da fonte de infecção por meio da corrente sanguínea até atingirem uma articulação. A infecção também pode "entrar" na articulação diretamente, por meio de uma lesão ou, ainda, embora seja raro, durante uma cirurgia ou durante injeções nas articulações.
Já bactérias como Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Salmonella spp. e Pseudomonas spp. são mais frequentes em artrites sépticas em recém-nascidos, pessoas com doenças crônicas, idosos e usuários de drogas injetáveis.
A doença se desenvolve quando esses micro-organismos se espalham da fonte de infecção por meio da corrente sanguínea até atingirem uma articulação. A infecção também pode "entrar" na articulação diretamente, por meio de uma lesão ou, ainda, embora seja raro, durante uma cirurgia ou durante injeções nas articulações.
Uma vez que a infecção se instala, o sistema imunológico, responsável por tentar eliminar a infecção, acaba "atacando" o próprio corpo, o que causa inflamação nas articulações.
Fatores de risco
Há alguns fatores que aumentam as chances de desenvolvimento da doença:
- Idade acima de 65 anos;
- Doenças que enfraquecem o sistema imunológico, como o HIV;
- Alguns tipos de doenças reumáticas, como Lúpus ou Artrite Reumatoide (AR), esse último considerado o principal risco. A maioria das pessoas com artrite séptica em mais de uma articulação tem AR preexistente ou outra forma inflamatória de artrite;
- Doenças crônicas, como diabetes, doença falciforme ou insuficiência renal crônica;
- Determinadas condições de pele, como psoríase, úlceras ou eczema, pois podem facilitar a penetração de infecções;
- Medicamentos que suprimem a imunidade, como imunossupressores e/ou quimioterápicos;
- Dependência de drogas intravenosas ou de álcool;
- Cirurgia para substituição articular ou de transplante de órgãos, que podem aumentar o risco de infecções.
Quais os sintomas?
Os sintomas da Artrite Séptica Bacteriana não Gonocócica são febre súbita, calafrios e queda do estado geral. O acometimento é, geralmente, em uma única articulação (80 a 90% dos casos), com dor, calor (aumento da temperatura local), inchaço e limitação de movimentos.
Qualquer articulação pode ser afetada, mas joelhos (prioritariamente), seguido por quadril, tornozelo, cotovelo, punho e ombro são os mais afetados.
Qualquer articulação pode ser afetada, mas joelhos (prioritariamente), seguido por quadril, tornozelo, cotovelo, punho e ombro são os mais afetados.
Como é feito o diagnóstico?
Normalmente, os médicos, na suspeita de Artrite infeciosa, solicitam exames de hemograma, velocidade de hemossedimentação (VHS) e proteína C-reativa (PCR).
Também podem solicitar radiografias, ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética para avaliar os danos à articulação e a extensão da inflamação.
O principal exame, entretanto, para o diagnóstico é a análise do líquido sinovial, que é aspirado da articulação afetada.
Qual o tratamento?
O tratamento dependerá do quadro clínico do(a) paciente, do agente infeccioso e dos fatores de risco. O tratamento inicial, geralmente, consiste em antibióticos intravenosos (na veia) por, pelo menos 2 a 4 semanas, às vezes seguida por doses via oral desde que o quadro esteja evoluindo favoravelmente. É importante terminar todo o tratamento, mesmo que os sintomas tenham desaparecido, pois as bactérias podem permanecer e, então, reinfectar a articulação.
Casos mais difíceis requerem drenagem frequente do líquido sinovial das articulações ou cirurgia para remover o líquido ou os tecidos infectados. Os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) e outros analgésicos também podem ser usados para atenuar os sintomas.
O tratamento também requer descanso e proteção da articulação durante a fase aguda. Talas limitam o movimento e ajudam a reduzir a dor e os danos nos tecidos. Uma vez controlada a infecção, os médicos geralmente recomendam fisioterapia para aumentar a força muscular e aumentar a amplitude de movimento nas articulações afetadas.
Referências
ARTHRITIS FOUNDATION. Artritis séptica. Disponível em: http://espanol.arthritis.org/espanol/disease-center/artritis-sptica/. Acesso: 30/11/19.
FERNANDEZ, Rafael N.; NETO, Francisco A. B. Artrite séptica bacteriana não gonocócica e osteomielite. In: Livro da Sociedade Brasileira de Reumatologia. Barueri (SP), Manole, 2019, p. 392-396.
YOSHINARI, Natalino Hajime. Artrites infecciosas. In: REUMATO USP. Disponível em: http://www.reumatousp.med.br/para-pacientes.php?id=8775171&idSecao=18294311. Acesso: 30/11/19.