Tofacitinibe

Citrato de tofacitinibe pertence a um grupo de fármacos que inibem a atividade de enzimas chamadas JAK quinases, envolvidas no processo inflamatório. O Citrato age dentro das células, inibindo a atividade dessas enzimas de modo a diminuir a resposta inflamatória.

É um medicamento com administração oral, um imunossupressor sintético alvo-específico indicado, pela ANVISA, para o tratamento de pacientes adultos com:
    • Artrite psoriásica ativa, que apresentaram uma resposta inadequada ou intolerância ao metotrexato ou a outros DMARD sintéticos e/ou biológicos;
    • Colite (ou Retocolite) ulcerativa moderada a gravemente ativa, com uma resposta inadequada, perda de resposta ou intolerância a corticosteroides, azatioprina, 6-mercaptopurina ou antagonistas do fator de necrose tumoral (TNF).


Para quem o medicamento não é indicado?

  • Mulheres grávidas ou amamentando. Mulheres em idade fértil devem usar métodos contraceptivos eficientes durante o tratamento e por, pelo menos, 4 semanas após o término do tratamento.
  • Pacientes com comprometimento hepático grave.


Advertências e precauções

1. O(A) médico deve ser comunicado caso o(a) paciente presente histórico de tuberculose, herpes ou hepatite.

2. Do mesmo modo, o(a) médico deve ser imediatamente comunicado caso haja qualquer sinal de infecção (febre persistente, dor de garganta, hematomas, sangramento, palidez), antes ou durante o tratamento. Se houver infecção grave, o tratamento deverá ser descontinuado, sob a orientação do(a) médico(a).

3. O medicamento pode comprometer as defesas do(a) paciente contra malignidades. O desenvolvimento e curso dessas doenças não é conhecido, mas malignidades foram observadas em estudos clínicos.

4. Tofacitinibe deve ser administrado com cautela em pacientes em maior risco de perfuração gastrointestinal (por exemplo, pacientes com histórico de diverticulite). Assim, a qualquer sinal e/ou sintoma de dor abdominal, o(a) médico(a) deverá ser avisado.

5. Não é recomendado iniciar o tratamento em pacientes com contagem baixa de linfócitos no sangue. Foram relatadas quedas na contagem de células que ajudam na defesa do organismo contra infecções (como os neutrófilos e os linfócitos) e também na concentração de hemoglobina no sangue em razão de anemia. O(A) médico(a) deverá fazer uma avaliação criteriosa antes do início do tratamento e, depois, a cada 4 a 8 semanas e a cada 3 meses. O ajuste da dose ou a interrupção do medicamento pode se necessário de acordo com a avaliação médica. 

6. Foram relatados também aumento na contagem de lipídios, como colesterol total, LDL-colesterol, HDL-colesterol. O(A) médico(a) deverá fazer uma avaliação criteriosa antes do início do tratamento e, depois, a cada 4 a 8 semanas. 

7. O tratamento com Tofacitinibe foi associado com um aumento das enzimas do fígado. O(A) médico, nesse caso, deve fazer uma avaliação laboratorial cuidadosa se houver suspeita de lesão do fígado induzida pelo medicamento.

8. A dose do medicamento deve ser reduzida para 5mg/dia para pacientes com comprometimento renal de moderado a grave (perda da função dos rins) ou hepático moderado (perda da função do fígado). 

9. Foi visto um risco maior de tromboembolismo venoso (entupimento de veias no corpo, principalmente nas pernas) e embolia pulmonar (entupimento de vasos sanguíneos no pulmão) em pacientes com mais de 50 anos e fatores de risco para doença no coração. Caso haja inchaço e dor nas pernas, falta de ar, dor ou pressão no peito, o(a) médico(a) deve ser comunicado imediatamente.

10. Se ocorrer uma reação de alergia/hipersensibilidade (reação como angioedema e urticária), o tratamento deve ser imediatamente interrompido. 

11. O risco de herpes zoster parece ser maior em pacientes japoneses e coreanos tratados com Tofacitinibe.


Quais as possíveis reações adversas e efeitos colaterais?

    • Reações comuns (ocorre entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento): anemia (diminuição da quantidade de células vermelhas do sangue: hemácias), dor abdominal, diarreia, dispepsia (indigestão), gastrite, náusea, vômitos, fadiga (cansaço), edema periférico (inchaço nas extremidades do corpo), pirexia (febre), bronquite, herpes zoster, gripe, nasofaringite (infecção do nariz e faringe), faringite (infecção da faringe), pneumonia, sinusite, infecção do trato urinário (infecção urinária), aumento de creatina fosfoquinase no sangue, aumento de gama glutamiltransferase, aumento de peso, dislipidemia (alteração do colesterol), artralgia (dor nas articulações), cefaleia (dor de cabeça), insônia, tosse, rash (erupção cutânea), hipertensão (pressão arterial alta).
    • Reações incomuns (ocorre entre 0,1% e 1% dos pacientes): leucopenia (redução de células de defesa no sangue), linfopenia (redução de um tipo de célula de defesa no sangue: linfócito), neutropenia (diminuição de um tipo de células de defesa no sangue: neutrófilos), esteatose hepática (acúmulo de gordura no fígado), hipersensibilidade (alergia) ao medicamento, celulite (infecção do tecido gorduroso abaixo da pele), diverticulite, gastroenterite viral (inflamação do estômago e intestino delgado), herpes simples, pielonefrite (infecção do trato urinário), tuberculose, infecção viral, distensão (estiramento) de ligamento, distensão muscular, aumento de colesterol no sangue, aumento de creatinina no sangue, aumento de enzimas hepáticas (do fígado), teste de função hepática (do fígado) anormal, aumento do LDL-colesterol (lipoproteína de baixa densidade), aumento de transaminases, desidratação, hiperlipidemia (aumento da concentração de gorduras no sangue), inchaço articular (nas articulações), dor musculoesquelética (que afeta músculos, tendões ou ligamentos) tendinite (inflamação dos tendões), cânceres de pele não melanoma, parestesia (dormência e formigamento), dispneia (falta de ar), congestão sinusal (congestão dos seios da face), eritema (vermelhidão), prurido (coceira), tromboembolismo venoso (entupimento de veias, principalmente nas pernas) e tromboembolismo pulmonar (entupimento de vasos sanguíneos nos pulmões).
    • Reações raras (ocorre entre 0,01% e 0,1% dos pacientes): artrite bacteriana, tuberculose disseminada, pneumonia por Pneumocystis jirovecii, pneumonia bacteriana, sepse (infecção geral grave do organismo).


E quanto às interações com outros medicamentos?

  • Tofacitinibe deve ser evitado em combinação com medicamentos imunobiológicos em razão da possibilidade de aumento no risco de infecções. Do mesmo modo, devem ser evitados imunossupressores potentes, como azatioprina, tracolimo e ciclosporina.
  • O medicamento não deve se utilizado em associação com:
    • inibidores da enzima CYP3A4 (como cetoconazol; fluconazol);
    • rifampicina.



E vacinas, podem ser tomadas?

Recomenda-se que vacinas vivas (febre amarela, herpes, tuberculose, sarampo, caxumba, rubéola, varicela) não sejam tomadas durante o tratamento com Tofacitinibe. Portanto, deve-se ter todas as vacinas atualizadas de acordo com as diretrizes nacionais de vacinação e respeitando-se um intervalo entre a vacinação e o início do tratamento. 




Resumo a partir da Bula de Xeljanz® (Citrato de tofacitinibe), da Wyeth Farmacêutica, disponível no Bulário Eletrônico Anvisa: http://portal.anvisa.gov.br/bulario-eletronico1 e publicada em 20/03/2020.