Leflunomida

A Leflunomida está aprovada para o tratamento da Artrite reumatoide e da Artrite psoriásica ativas, com o objetivo de reduzir os sinais e sintomas das doenças e de inibir a destruição das articulações. Bloqueia a formação de DNA, importante para a replicação de células, e suprime o sistema imunológico (é um imunossupressor) para reduzir a inflamação que causa dor e inchaço.


Quais as recomendações gerais?

  • É contraindicada para mulheres grávidas ou que possam vir a engravidar durante o tratamento devido ao risco de malformação do feto. A possibilidade de gravidez deve ser excluída antes de se iniciar o tratamento. Para as mulheres recebendo tratamento e que queiram engravidar, deve-se conversar com o médico, que adotará procedimentos de suspensão e eliminação do medicamento. Não há informações disponíveis sobre o aumento de risco de toxidade para o feto a partir do pai mas, para minimizar eventuais riscos, homens que desejem ter filhos devem considerar a interrupção do tratamento.
  • Não é recomendada a mulheres que estejam amamentando durante o tratamento, pois a Leflunomida é excretada no leite materno; também não é recomendada a crianças e adolescentes com idade inferior a 18 anos, uma vez que a segurança e eficácia nestes grupos ainda não foram estabelecidas.
  • É desaconselhada para pacientes com:
    • insuficiência hepática significativa; 
    • doença hepática preexistente;
    • imunodeficiência severa (por exemplo, HIV positivo); 
    • alteração significativa da função da medula óssea; 
    • infecções graves.


Quais as possíveis reações adversas e efeitos colaterais?

Sistema hepático (fígado)
  • Deve ser utilizado com cautela em pacientes com função hepática prejudicada, devido ao possível risco de toxicidade do fígado. Foram relatados casos de dano hepático grave, com consequência fatal em alguns deles. A maioria desses casos ocorreu durante os seis primeiros meses de tratamento.
  • Deve haver monitoramento antes do tratamento e, no mínimo, em intervalos mensais durante os seis primeiros meses e, posteriormente, em intervalos de 6 – 8 semanas. Assim, o médico poderá fazer ajustes na dose do medicamento caso haja alguma alteração.

Sistema imunológico e hematopoiético (responsáveis pela formação das células do sangue e de defesa) 
  • O risco de ocorrência de reações hematológicas (do sangue) é aumentado em pacientes com anemia preexistente, com leucopenia e/ou com trombocitopenia, com alteração da função da medula óssea ou naqueles que apresentem risco de supressão da medula óssea.
  • Antes do início do tratamento, o médico deve realizar um hemograma completo e depois, mensalmente nos primeiros seis meses de tratamento e, em seguida, a cada 6 - 8 semanas. Mas caso o(a) paciente esteja em uma das situações abaixo, deve conversar com o médico sobre a necessidade de monitoramento com maior frequência: 
    • pacientes que receberam ou estejam recebendo tratamento com outros medicamentos imunossupressores ou hematotóxicos; 
    • pacientes com histórico passado de alterações hematológicas importantes ou com alterações logo no início do tratamento, sem relação causal com a doença reumatológica que está sendo tratada. 

Sistema respiratório 
Embora raro, foi relatada doença intersticial pulmonar, risco que é aumentado em pacientes com histórico da doença. A doença intersticial pulmonar é um distúrbio potencialmente fatal, que pode ocorrer de forma aguda durante a terapia com Leflunomida. Sintomas pulmonares, como tosse e dispneia, podem ser motivos para a interrupção do tratamento. 

Sistema nervoso central (alteração funcional do nervo periférico) 
Idade superior a 60 anos, pacientes diabéticos e/ou em uso concomitante de medicações neurotóxicas podem ter aumentado o risco para neuropatia periférica. Trata-se de uma condição que afeta os nervos periféricos, responsáveis por encaminhar informações do cérebro e da medula espinhal para o restante do corpo. Isso pode causar perda da sensibilidade, debilidade e atrofia muscular, principalmente em mãos e pernas.
A maioria dos pacientes apresentou melhora após a descontinuação da Leflunomida, porém alguns apresentaram sintomas persistentes. O médico deve ser logo avisado para verificar a necessidade de descontinuação do tratamento e para realização dos procedimentos de eliminação do fármaco. 

Sistema renal (rins)
Recomenda-se cautela na administração de Leflunomida em pacientes com insuficiência renal.

Sistema conjuntivo (pele)
Casos de síndrome de Stevens-Johnson (forma grave de reação alérgica caracterizada por bolhas em mucosas e em grandes áreas do corpo), necrólise epidérmica tóxica (quadro grave, caracterizado por erupção generalizada, com bolhas rasas extensas e áreas de necrose epidérmica, à semelhança do grande queimado, resultante principalmente de uma reação tóxica a vários medicamentos), reação ao medicamento com eosinofilia (aumento do número de um tipo de leucócito do sangue chamado eosinófilo) e sintomas sistêmicos foram relatados em pacientes tratados com Leflunomida.


E quais as precauções a serem tomadas?

  • Medicamentos imunossupressores aumenta o risco dos pacientes às infecções, que podem ser mais severas que o normal e requerem, portanto, tratamento precoce e rigoroso. 
  • Deve-se ter especial atenção à tuberculose pois medicamentos imunossupressores podem ativar focos primários da doença. Antes de iniciar o tratamento, todos os pacientes devem ser avaliados para diagnóstico dessa doença. Aqueles com histórico passado de tuberculose devem ser cuidadosamente monitorados pelos médicos devido à possibilidade de reativação da doença.


Interações com outros medicamentos

O médico deve ser informado em caso de uso dos seguintes medicamentos:
  • Metotrexato (utilizado no tratamento de algumas doenças reumáticas e alguns tipos de cânceres);
  • Varfarina (anticoagulante usado na prevenção das tromboses);
  • Rifampicina (indicada no tratamento das diversas formas de tuberculose e de hanseníase);
  • Repaglinida, nateglinida, pioglitazona e rosiglitazona (antidiabéticos);
  • Paclitaxel, Daunorrubicina, Doxorrubicina, Topotecana (usados no tratamento de cânceres);
  • Duloxetina (indicado para o tratamento do transtorno depressivo, dor neuropática periférica diabética; fibromialgia);
  • Alosetrona (utilizado para tratamento da síndrome do cólon irritável em mulheres);
  • Teofilina (destinado ao tratamento e prevenção de broncoespasmo devido à asma e doença obstrutiva crônica de vias aéreas);
  • Tizanidina (relaxante muscular);
  • Cefaclor, Benzilpenicilina, Ciprofloxacino (antibióticos);
  • Indometacina, Cetoprofeno (anti-inflamatórios);
  • Furosemida (diurético, usado para reduzir o inchaço causado pelo excesso de líquido);
  • Cimetidina (indicada para pacientes com distúrbios do trato gastrintestinal);
  • Zidovudina ou AZT (utilizado no tratamento da AIDS e de Pneumocystis jirovecii);
  • Sinvastatina, atorvastatina, pravastatina (usados principalmente para reduzir o colesterol e prevenir doenças cardiovasculares);
  • Sulfassalazina (usada principalmente para tratar doenças reumáticas, como a colite ulcerativa).


E pode tomar vacinas?

A imunização com vacinas contendo microrganismos vivos - catapora, rubéola, caxumba, varíola, sarampo e febre amarela - tem o potencial de causar essas infecções em pacientes imunossuprimidos, portanto, antes de tomá-las, é importantíssimo conversar com o/a médico/a.





    Resumo a partir da Bula de Arava® (Leflunomida), Sanofi-Aventis Farmacêutica, disponível em Bulário Eletrônico Anvisahttp://portal.anvisa.gov.br/bulario-eletronico1.