Denosumabe

Denosumabe é uma proteína, um anticorpo monoclonal totalmente humanizado, que interfere na ação de outra proteína com o objetivo de tratar a perda óssea e a Osteoporose

O osso é um tecido vivo, se renova continuamente conforme as necessidades do corpo e o processo de calcificação faz parte dessas mudanças. Os hormônios participam ativamente desse processo, pois funcionam como "carregadores" de cálcio para dentro dos ossos. Em alguns casos de Osteoporose, por exemplo, o que falta para melhorar a saúde óssea não é o cálcio, mas a atuação do estrogênio, o hormônio feminino. Nas mulheres, após a menopausa, o nível de estrogênio cai drasticamente, prejudicando a reposição de cálcio nos ossos e, consequentemente, podendo ocasionar Osteoporose. Homens também podem sofrer dessa doença em decorrência do nível reduzido do hormônio masculino, a testosterona. Outros fatores também podem ocasionar perdas ósseas, como a idade e o uso de certos medicamentos, como os corticosteroides ou medicamentos que interrompem a produção de estrogênio ou testosterona, como os utilizados para tratar pacientes com câncer de mama ou de próstata.

O Denosumabe é um medicamento imunobiológico indicado, pela ANVISA, para o tratamento de:
  • Osteoporose em mulheres na fase de pós-menopausa, com o objetivo de aumentar a densidade óssea e também de reduzir fraturas de quadril e fraturas vertebrais e não vertebrais;
  • Osteoporose em homens;
  • Osteoporose associada ao uso contínuo de corticoides (recém iniciado ou sustentado), tanto em homens quanto em mulheres;
  • Perda óssea em pacientes submetidos a tratamentos de câncer de próstata ou de mama (que causam diminuição hormonal), com o objetivo de reduzir fraturas vertebrais.


Por outro lado,  o fármaco não está indicado para:
  • pessoas que tenham hipocalcemia, isto é, baixa quantidade de cálcio no sangue;
  • pessoas que apresentem hipersensibilidade significativa à Denosumabe ou a qualquer componente da fórmula do medicamento, que contém: ácido acético glacial, hidróxido de sódio, sorbitol e polissorbato 20;
  • crianças e adolescentes menores de 18 anos de idade, pois o fármaco não foi estudado nessa população;
  • mulheres grávidas, pois Denosumabe também não foi estudado nessa população. É importante, então, que a paciente informe ao(à) médico(a) se está grávida, desconfia estar grávida ou se planeja engravidar. 

Advertências e precauções durante o tratamento

1. O(A) paciente, enquanto estiver em tratamento com Denosumabe, pode desenvolver infecção na pele, com sintomas que incluem inchaço e vermelhidão, mais frequentemente na parte inferior da perna, com sensação de calor e dor ao toque, e possivelmente com sintomas de febre. O(A) médico deve ser imediatamente informado(a) caso ocorra qualquer um destes sintomas. 

2. O(A) paciente deve tomar suplementos de cálcio e de vitamina D enquanto estiver em tratamento com Denosumabe

3. Pacientes recebendo Denosumabe podem ter valores de cálcio baixos no sangue (o que é chamado de hipocalcemia). O(A) médico(a) deve, então, ser imediatamente informado(a) caso haja algum dos seguintes sintomas: espasmos, contrações ou cãibras nos músculos; dormência ou formigamento nos dedos das mãos, dos pés ou em volta da boca; convulsões, confusão ou perda de consciência. 

4. O(A) médico(a) deve ser informado(a) caso o(a) paciente tenha tido ou tenha problemas graves nos rins, insuficiência renal ou se já precisou de diálise, uma vez que isso pode aumentar o risco de ter um valor de cálcio baixo no sangue (daí a importância de tomar suplementos de cálcio). 

5. A osteonecrose de mandíbula (ONM), isto é, lesão óssea do maxilar, tem sido reportada em pacientes recebendo Denosumabe para a Osteoporose. A ONM pode afetar 1 em cada 1.000 pessoas e o risco é aumentado em pacientes tratados por um longo período: até 1 em 200 pessoas tratadas durante 10 anos. Esse tipo de lesão pode surgir também após a interrupção do tratamento. É importante, então, prevenir o surgimento da ONM, pois é uma situação médica dolorosa e difícil de tratar.  Por isso, o(a) paciente deve ter algumas precauções antes de iniciar o tratamento com Denosumabe, por exemplo, informando a seu(sua) médico(a): 
  • se tem algum problema na boca ou nos dentes, por exemplo, problema nas gengivas; 
  • se planeja fazer uma extração de dentes;
  • se não realiza exames bucais há muito tempo;
  • se não tem costume de fazer a higiene bucal de rotina;
  • se é fumante (uma vez que isso pode aumentar o risco de ter problemas bucais);
  • se foi tratado anteriormente com um Bifosfonato (fármaco utilizado para tratar ou prevenir doenças ósseas); 
  • se está tomando medicamentos corticosteroides, tais como a Prednisolona ou Dexametasona; 
  • se tem câncer. 
O(A) médico(a) pode pedir ao(à) paciente que faça uma avaliação dentária antes de iniciar o tratamento com Denosumabe. E, enquanto estiver em tratamento, deve manter uma boa higiene bucal e fazer exames gerais de rotina. Se usar próteses dentárias, como dentaduras, o(a) paciente deve assegurar-se de que estão bem ajustadas. Se estiver em tratamento ou se for realizar alguma cirurgia bucal (por exemplo, extração dentária), o(a) paciente deverá informar ao(à) médico(a) sobre a cirurgia, e, ainda, informar ao(à) dentista que está em tratamento com Denosumabe. Os dois profissionais deverão também ser informados imediatamente caso o(a) paciente sinta os dentes soltos, dor ou inchaço, pus ou ferida que não cicatriza, pois são sinais de ONM.

6. Algumas pessoas podem desenvolver fraturas atípicas no osso da coxa enquanto estão em tratamento com Denosumabe, portanto, o(a) médico(a) deve ser avisado caso o(a) paciente sinta dores no quadril, na virilha ou na coxa. Fraturas múltiplas nas vértebras podem ocorrer após a interrupção do tratamento, particularmente em pacientes com histórico de fratura vertebral.

7. O(A) médico(a) deve ser informado caso o(a) paciente esteja tomando, tiver tomado recentemente ou se vier a tomar outros medicamentos. Esse aviso é especialmente importante se o(a) paciente estiver sendo tratado com outro medicamento contendo Denosumabe, o que não é recomendado.

8. Não é conhecido se Denosumabe é excretado no leite materno, portanto, é importante informar ao(á) médico(a) se estiver amamentando ou se planeja fazê-lo. 


Possíveis reações adversas

- Reações adversas muito comuns (ocorrem em mais de 10% dos pacientes que utilizam este medicamento): dor no osso, articulação e/ou músculo que pode ser por vezes grave; dor no braço ou na perna (dor nas extremidades). 

- Reações adversas comuns (ocorrem entre 1% e 10% dos pacientes): dor ao urinar, urinar com frequência, sangue na urina, incapacidade para reter a urina; infeção do trato respiratório superior; dor, formigamento ou dormência que se estende pela perna abaixo (ciática); prisão de ventre; desconforto abdominal; erupção na pele; condição da pele com coceira, vermelhidão e/ou ressecamento (eczema); queda de cabelo (alopecia). 

- Reações adversas incomuns (ocorrem entre 0,1% e 1% dos pacientes): febre, vômitos e dor ou desconforto abdominal (diverticulite); infeção no ouvido; irritação que pode ocorrer na pele ou feridas na boca (erupção liquenóide medicamentosa); ossos quebrados na coluna depois de parar o fármaco (fraturas vertebrais múltiplas). 

- Desconhecidos (a frequência não pode ser estimada a partir dos dados disponíveis): avise ao(à) médico(a) se tiver dor, corrimento e/ou uma infeção do ouvido. Estes podem ser sinais de lesão óssea do ouvido. 


 




Resumo a partir da bula de Prolia® (Denosumabe), da Amgen Biotecnologia do Brasil Ltda., disponível na página Consultas da Anvisa: http://consultas.anvisa.gov.br. Acesso: 05/11/2020.