A espécie "Trema micrantha Blume" é nativa das Américas, encontrada em vários lugares do Brasil e frequentemente considerada uma erva daninha.
Recentemente, o biólogo molecular Rodrigo Moura Neto, da UFRJ, descobriu que os frutos e flores dessa planta contêm um dos ingredientes ativos da maconha: o canabidiol (ou CBD), que tem se mostrado promissor no tratamento de epilepsia, autismo, ansiedade e dores crônicas.
No entanto, a Trema não contém o ingrediente ativo da maconha, aquele que "dá o barato": o tetrahidrocanabinol (ou THC)! Esse fato abre uma enorme possibilidade de termos uma nova fonte de CBD, mas sem as complicações legais que o uso de cannabis gera em vários países, incluindo o Brasil.
Os povos originários brasileiros utilizam as folhas da planta para fins medicinais, pois possuiria propriedades cicatrizantes e analgésicas: comunidades caiçaras, por exemplo, a utilizam no tatamento de icterícia e hemorroida. Caule e os galhos também oferecem uma fibra que é útil na confecção de itens como cestos e cordas e, além disso, essa é uma espécie utilizada em ações de reflorestamento e recuperação de solos degradados.
O Prof. Moura e sua equipe estão agora estudando a planta cientificamente. Segundo ele, transformar sua descoberta em um medicamento comercial pode levar de 05 a 10 anos. Mas o cientista também está ciente de que o CBD da Trema pode não funcionar tão bem, ou nem mesmo funcionar, como o da cannabis.
Mas esse é mesmo o papel da ciência.... estudar para propor soluções para os problemas e desafios da sociedade!
Fontes: UOL; Cannabis & Saúde