Segundo a ADAA (Associação Americana de Ansiedade e Depressão), cerca de 20% das pessoas que sofrem de dores crônicas, como algumas desencadeadas por doenças reumatológicas, sofrem também de transtornos de depressão ou ansiedade.
Sabemos que o diagnóstico de uma doença que gera dor e diminuição da qualidade de vida traz um impacto enorme no equilíbrio emocional e social do(a) portador(a) dessa doença.
O(A) paciente precisa aprender a conviver com a doença, readaptar seu modo de vida a uma nova realidade, gerenciar as despesas médicas, os efeitos colaterais dos medicamentos, lidar com a baixa estima, a falta de apoio de certas pessoas, as incertezas em relação ao futuro... não é tarefa fácil!
O contrário também é verdadeiro: o desequilíbrio emocional pode ser o gatilho para o aparecimento de doenças físicas ou, até mesmo, causar a piora delas.
Algumas doenças são mais propensas ao desenvolvimento de depressão e, em outras, o quadro de depressão pode já fazer parte da atividade da doença.
Estima-se, por exemplo, que metade do(a)s pacientes com Fibromialgia (FM) tenha apresentado ao menos um episódio de depressão ao longo da vida, número superior ao da população em geral. Essa associação entre as duas doenças têm sido amplamente estuda e documentada, sugerindo como ponto de partida desde alterações fisiopatológicas até desregulações inflamatórias. Contudo, segundo pesquisas, o transtorno bipolar (TB) é o distúrbio mais prevalente em pessoas com FM e, por isso, foram elaboradas recomendações específicas para o tratamento desse distúrbio, tais como fazer o rastreio de TB em todos os pacientes com FM e encaminhá-los ao psiquiatra especializado ao menor sinal de dúvida diagnóstica.
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Essa via de mão dupla também ocorre na Espondilite anquilosante (EA). As comorbidades trazidas pela doença aumentam o risco de episódios depressivos, assim como a própria depressão também pode levar os pacientes a comorbidades e desfechos desfavoráveis.
Por fim, no Lúpus (LES), sintomas neuropsiquiátricos surgem em 20 a 70% dos pacientes ao longo do curso da doença e em 50% deles, os sintomas vêm antes do diagnóstico. A depressão, especificamente, está presente em cerca de um quarto dos acometidos por LES.
Por isso, é fundamental que o(a) paciente reumático(a) tenha acompanhamento médico constante, com um "tripé" formado por reumatologista, psicólogo e psiquiatra.
E o(a) paciente precisa ser ouvido(a) e acolhido(a) por seu médico.