Lombalgia

Dores na região lombar são muito frequentes e afetam pessoas de qualquer idade, mas existem determinadas dores que requerem maior atenção pois, se não tratadas corretamente, podem se tornar crônicas ou recorrentes. É o caso da Lombalgia.

O que é?

Dor que ocorre na região lombar, ou seja, na região mais baixa da coluna, perto da bacia, e que pode se irradiar para coxas e pernas na distribuição do nervo ciático. 

Trata-se de um problema extremamente comum, concentrando a maior parte das queixas de dores nas costas. Cerca de 80% da população geral apresentará, ao menos, um episódio. A maioria dos casos é benigna e autolimitada, mas cerca de 10% das pessoas afetadas evoluem para dor crônica ou recorrente (Halpern, 2019, p. 510).

Qual a causa?

Dor lombar pode ser sintoma de uma grande variedade de doenças, incluindo as degenerativas, inflamatórias, infecciosas, neoplásicas, metabólicas, dermatológicas e traumáticas. Pode estar também relacionada a artrose de coluna, a alterações em órgão internos, como rim e pâncreas, ou causada por excesso de peso, condicionamento físico inadequado, má postura, pequenos traumas ou esforços repetitivos. Aliás, estudos indicam que dor lombar e incapacitante relacionada à Lombalgia continua aumentando em países industrializados.

Quais os sintomas?

Algumas vezes, o paciente pode se sentir um pouco "travado" por causa da dor intensa e da contração dos músculos da região. Essa dor pode ser aguda ou crônica: dor aguda é forte, tem duração menor que 4 semanas e aparece subitamente depois de um esforço físico; ocorre na população mais jovem. A forma crônica, geralmente, acomete a população idosa e a dor não é tão intensa, mas tem duração maior que 3 meses.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da Lombalgia, via de regra, é clínico e pode fornecer informações importantes como a existência de limitação de movimentos, deformidades, pontos de dor e, em particular, envolvimento neurológico. 

Exames laboratoriais são, geralmente, normais e, portanto, costumam ser solicitados em casos específicos.

Dentre os exames de imagem, quando solicitados, o raio x simples geralmente é o primeiro exame a ser solicitado; entretanto, achados anormais em exames de imagem não explicam, necessariamente, a causa da dor, ou seja, pessoas sem qualquer sintoma podem apresentar em seus exames alterações estruturais na coluna que talvez nunca causarão dor, bem como pessoas com sintomas de dor podem apresentar exames absolutamente normais, portanto, exames de imagem devem ser analisados caso a caso e correlacionados com as manifestações de cada pessoa.

Qual o tratamento?

Para evitar que uma Lombalgia aguda se torne crônica é importante atentar-se para a correção postural, principalmente na maneira de sentar-se. Na fase aguda a ginástica não é indicada, mas, após o final da crise, a prática regular de exercícios físicos apropriados é importante, desde que se proteja a coluna. A reabilitação com exercícios de alongamento, fortalecimento muscular e reeducação postural são fundamentais para reduzir os sintomas e prevenir o retorno das dores.

No que se refere a tratamento com medicamentos, o objetivo inicial é o alívio da dor e, para tanto, podem ser utilizados vários medicamentos, como analgésicos, anti-inflamatórios, relaxantes, corticosteroides, sedativos e, em alguns casos, há benefícios importantes com o uso de algumas classes de antidepressivos em baixas doses para controle da dor. O repouso, embora recomendado na fase aguda, deve limitar-se a um curto período, uma vez que seu prolongamento retarda a recuperação e favorece o processo crônico, sobretudo por facilitar a perda de força muscular. 

Coletes e cintas só devem ser usados na crise aguda ou quando há instabilidade da coluna pois seu uso contínuo pode levar à hipotrofia muscular, gerando um círculo vicioso de dor. Apenas 1 a 2 % dos pacientes necessitam de cirurgia.




Referências

MINISTÉRIO DA SAÚDE. 10 perguntas sobre lombalgia. Disponível em: http://www.blog.saude.gov.br/index.php/35020-10-perguntas-sobre-lombalgia. Acesso: 19/09/19.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA. Lombalgia. Disponível em: https://www.reumatologia.org.br/doencas-reumaticas/lombalgia/. Acesso: 19/09/19.